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Keukenhof

Sábado passado fui até Keukenhof, um parque de flores próximo a Amsterdam, que só abre durante a primavera.

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O lugar é muito bonito, mas acaba tendo uma aparência bem artificial. Além disso estava lotado, principalmente de indianos, chineses e idosos de ânimo invejável. Em mais de um momento me vi sendo empurrado por andadores e cadeiras de rodas…

No mesmo dia também aconteceu uma parada, tipo um desfile de carnaval, mas bem holandês, com carros alegóricos floridos.
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A viagem foi bem interessante, e me permitiu entender a razão da popularidade de moinhos de vento e geradores eólicos por lá. Rolou até um filme indiano (muito bom) na viagem de volta. Abaixo mais algumas fotos.

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Não comentei na postagem anterior, mas não trouxe o notebook na viagem. Isso justifica parcialmente a minha desaparição.
Viajar de ônibus no intuito de economizar alguns trocados foi provavelmente a pior idéia que já tive na vida, ou pelo menos durante o intercâmbio… Cheguei aqui em segurança e tudo mais, mas vou justificar o comentário: A estação norte de Bruxelas é medonha à 1 da manhã. Ônibus lotado, com um suave odor de falta de banho. Meu assento estava quebrado e não reclinava, e do meu lado havia um homem acima de seu peso ideal, e com pouco respeito pelo espaço alheio (um gordinho folgado), que efetivamente ocupava uns 4/3 do assento dele.

Depois de uma meia hora pensando que a primeira coisa que faria depois que voltar para casa seria, por simpatia e conhecimento de causa, abrir a lata de sardinhas que tenho no armário, perguntei para o rapaz do assento à minha frente se ele poderia puxar o banco dele um pouco para frente, coisa que ele fez sem hesitar.

Ainda sem conforto, mas com muito mais espaço, consegui uns agradáveis 10 minutos de sono ao longo do resto da viagem.

Uma curiosidade: ao descer do ônibus havia uma dúzia de policiais, um deles com um belo labrador. Todos os passageiros que despertassem interesse no totó eram convidados para uma conversa…

Agora ao que importa: Paris!

Que
Cidade
Incrível!

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Fui na Sacre Coeur, Catedral de Notre-Dame, D’Orsay (não deu tempo de ver muita coisa, pretendo voltar lá no sábado), Parc La Villette, vi uma exposição do Chagall no Musée du Luxembourg, fui na Fondation Henri Cartier-Bresson, na Sainte Chapelle, no Panthéon. O Louvre está fechado desde terça-feira, por algum motivo desconhecido. Também passei pela Torre Eiffel e pelo Arco do Triunfo, mas não subi em nenhum dos dois ainda.

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Agora estou num café no Centro Georges Pompidou, onde fica o Museu Nacional de Arte Moderna.

Ah, fato interessante: tirando a exposição do Chagall e a Fundação Cartier-Bresson, todo o resto foi “de grátis”! Ter 18 a 25 anos e ser estudante em algum país da UE abre (gratuitamente) várias portas por aqui…

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Ovo de Páscoa

Sábado passado fui até Mechelen. Terra de Carlos V, Imperador do Sacro Império Romano… Fica a uns 25km daqui, bem próximo. Principal atração: Brouwerij Het Anker, produtora das cervejas Gouden Carolus. 

Interessante notar as diferenças entre as cidades que já conheci por aqui. Bruges é bem turística, tem um ar de fairytale. Leuven parece uma cidade universitária (talvez pelo fato de a população da cidade aumentar em por volta de 50% durante o período de aulas, e consequentemente parecer vazia nos finais de semana e feriados). Antuérpia e Mechelen parecem mais “cidades de verdade”, mas Antuérpia é cheia de lojas de roupas, grifes, outlets  e coisas do tipo.

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A cidade estava bem movimentada, ainda mais para um Sábado de Aleluia. Encontrei por lá uma loja de café e chá que parecia um pedaço do paraíso, preciso voltar lá.

Também pude aproveitar pra testar o quanto a lente fixa me limitaria, e quais seriam os resultados. No geral fiquei muito satisfeito.

2013-03-30_MG_8920A cervejaria Het Anker, existente desde o século XV, era inicialmente parte da Beguinage da cidade. Beguinage é o lugar onde moram as Beguines, e as Beguines são mulheres pertencentes a uma ordem monástica (ou semi-monástica), laica (as integrantes não realizavam votos religiosos formais), feminina, que floresceu nos Países Baixos a partir do século XIII.

Em 1873, a cervejaria foi comprada, e em 1904, renomeada para Het Anker (A Âncora). Eles produzem as cervejas Gouden Carolus (cujo nome é uma homenagem a Carlos V), e fazem inclusive duas cervejas que são preparadas anualmente no dia 24 de fevereiro, aniversário do imperador.

Durante a páscoa, a cervejaria produz a Gouden Carolus Easter, cerveja que tento encontrar há uns dois anos, sem sucesso. Agora, indo diretamente na fonte, consegui tanto experimentar o chope quanto trazer um ovo pra casa!
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Uma outra coisa que me agradou muito na cidade: no rio que a atravessa (o Dijle, que também corre por Leuven), há uma passarela que te permite andar “dentro” do rio. Bem agradável.
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Abaixo mais algumas fotos que tirei ao longo do passeio.
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The Little Mermaid

Depois de meu quase-nada de sono na última noite, estava precisando dormir. Com isso, levantei por volta das 11 da manhã.

Na viagem de trem de ontem, conheci duas garotas de Hong Kong, que estudam no Reino Unido, e um rapaz do Japão, que estuda na Alemanha (ele faz PhD em Oceanografia!). Esse foi um dos motivos de eu não ter feito o que pretendia durante a viagem.

Saí do hostel hoje, e passei tomar um café. Eis que, no café, encontro as duas garotas! Elas estavam fazendo um dos City Tours gratuitos, ao qual me juntei (já na metade).

Depois do tour dei mais uma volta pela cidade, mas fui fotograficamente limitado pelo anoitecer às 16 horas, e pelo nevoeiro que se formou com o anoitecer. Porém, pude fotografar duas coisas bem legais:

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A Igreja de Mármore. A sua construção foi iniciada em 1749, e o plano inicial era que fosse construída inteiramente de mármore (imagina o quanto isso custaria…), mas a morte do arquiteto, e a crise (já naquela época) fizeram com que a construção ficasse parada por mais de 100 anos. Quando foi retomada, finalizaram a construção com calcário revestido de mármore (bem mais barato).

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Muito bonita por fora e por dentro, e tinha alguém tocando órgão lá!

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A Pequena Sereia. A estátua fica na beira do mar, e é inspirada no conto de Hans Christian Andersen (que era dinamarquês). É de certa forma, o Manneken Pis de Copenhagen!

Feliz Natal, e amanhã tem mais!

Congelando em Copenhagen!

Depois de 12 horas em trens, cheguei em Copenhagen. Mas obviamente, não cumpri a intenção de colocar minhas coisas em dia no trem…

Durante a viagem tive a grata surpresa de ser colocado, com trem e tudo, dentro de um navio para atravessar o mar entre Alemanha e Dinamarca!

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Ao chegar em Copenhagen, fui recebido com frio, e neve, bastante neve… Comecei minha jornada com uma passada pelo Mikkeller Bar (Mikkeller é uma cervejaria bem famosa daqui, e o bar fica quase do lado da estação).

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Depois de uma cervejinha para aquecer o espírito, rumei ao hostel. Andar na neve parece andar na areia, só que bem frio. Além disso escorrega, e molha tudo. Felizmente, cheguei ao hostel sem tombos pelo caminho, e a mala que a Gabriela me emprestou para a viagem resistiu bravamente à neve e preservou minhas roupas secas!

Agora me lembrei que ainda não escrevi nenhum post falando sobre  outros brasileiros de Leuven… que vergonha. Contextualizando: Gabriela, mineira, estuda Engenharia Química na UFMG. Vou escrever esse post também, na minha próxima viagem de trem (ou assim espero)!

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Dei uma volta rápida pelos arredores do hostel, e pude constatar minha desconfiança inicial: aparentemente, tudo estará fechado amanhã… e poucas coisas abrirão no dia 25. Isso vai me atrapalhar um pouco.

Baby face

Para completar um dia que começou estranho, fomos ontem ao Szimpla (já haviamos ido lá, mas voltamos para que o Klayton conhecesse). Szimpla é um Ruin Bar bem famoso daqui, eleito terceiro melhor bar do mundo.

Esses Ruin Bars são estabelecidos em locais abandonados, que já foram casas, ou no caso do Szimpla, uma fábrica. A decoração é completamente insana, com nenhum móvel combinando com nada, e vários itens que muita gente interpretaria como lixo sendo usados para decorar o ambiente. Exemplos de móveis são uma banheira cortada ou um carro antigo (conversível ou cortado, não reparei), usados como bancos.

Fomos lá, arrumamos uma mesinha na parte aberta do bar, usada principalmente por fumantes, e lá ficamos. Não muito tempo depois, um homem na faixa de uns 40 e tantos a 50 e poucos anos, que estava na mesa ao lado, virou para nós pra pedir isqueiro. Vou denominar este por Velho, à falta de seu nome real. Já nesse primeiro momento, pudemos notar que o homem possuía um comportamento peculiar.

Dissemos que não tínhamos isqueiro, e o Matheus tentou falar (brincando) que ele poderia acender no aquecedor a gás (que estava entre a nossa mesa e uma mesa com duas mulheres). O homem entendeu que deveria pedir às mulheres, e lá foi.

Alguns minutos depois, retornou à nossa mesa. O início da conversa foi o seguinte (as conversas foram em inglês):
“O que eu sei sobre aquelas garotas:
– Elas são norueguesas.
– Elas parecem estar excitadas.
– Elas não sabem o que fazer hoje em Budapest, e estão procurando ‘atividades culturais’. Vocês sabem o que isso quer dizer né?” E fez um jesto obsceno.
Logo em seguida: “Posso me juntar a vocês?”.

A partir disso, tudo só foi ficando mais estranho… Um pouco depois apareceu um amigo do rapaz, bem mais novo (devia ter uns vinte e poucos anos), com o mesmo tipo de comportamento peculiar. Era mexicano.

Alguns highlights dos momentos que se seguiram:

O Velho nos ofereceu uma Palinka que ele estava tomando (Palinka é um destilado típico da região, que pode ser feito de praticamente qualquer coisa…). Nesse momento o Mexicano emitiu um comentário do tipo ¡Así se empieza a emborrachar!

Um dos primeiros comentários foi que eu parecia estar no colegial, e não na faculdade. No primeiro ano do colegial, disse o Velho.

Ao longo da conversa, o Velho insistia que as duas mulheres da mesa ao lado eram lésbicas, e insistia que devíamos (especificamente eu) “tentar algo” para descobrir se eram ou não. E se eu conseguisse ‘alguma coisa’, ele me pagaria a bebida mais cara que houvesse no bar.

O Velho seguia emitindo comentários do tipo “Ah, elas são lésbicas, mas talvez você consiga algo com essa sua baby face“. “… essa cara de ‘mamãe me mandou ir no supermercado…”. “… essa carinha de ‘mamãe, me perdi’…” e dava um tapinha na minha cabeça. “… essa baby face…” e em um momento passou a mão no meu rosto (na boa, puta bagulho zuado véi!).

Eventualmente, disse que ia me pagar uma Palinka, e depois disso eu deveria ir conversar com as mulheres. Me chamou para ir até o balcão do bar, comprou duas doses de uma bebida de cranberry e mel (uma para ele, imediatamente deglutida, e outra para mim). Voltamos para a mesa, e o Velho falou que iria ao banheiro, para depois eu conversar com as mulheres. Nesse momento, consideramos prudente iniciar uma manobra de evasão. Saímos do bar o mais rápido possível, por um caminho que não passava nas proximidades do banheiro.

Tendo sido a fuga um sucesso, resolvemos tentar um outro bar que nos foi recomendado. Logo que saímos do Szimpla também encontramos alguns outros brasileiros, hospedados no mesmo hostel que nós, que fazem intercâmbio em Ghent, e já conhecidos do Matheus (cariocas…).

Fomos no Insight. O lugar é bem interessante, parece que foi decorado sob o efeito de alucinógenos. Lá foi tudo muito tranquilo, ninguém pedindo para se juntar à nossa mesa ou qualquer coisa do tipo.

Apenas sintetizando: Um dia que começou com poloneses “invadindo” meu quarto no hostel, terminou comigo sendo assediado por um homem com pelo menos o dobro da minha idade. Chapado…

Coisas de Ryanair, Hostel e etc…

Felizmente, sobrevivi à Ryanair. Na verdade, assim como das outras vezes, o voo foi bem tranquilo e rápido. Tirando o curioso episódio de que um cidadão deu um soco em outro no portão de embarque (e não conseguimos descobrir o motivo), foi tudo muito bem. O fato peculiar foi, ninguém da equipe de segurança do aeroporto viu o ocorrido, e quando estávamos embarcando alguém avisou uma funcionária da Ryanair. O pugilista, acompanhado de um amigo, embarcou no mesmo voo que nós, e quando já estava quase tudo pronto pra fechar a porta do avião, alguém da segurança apareceu e convidou os dois sujeitos a acompanhá-lo. No fim isso atrasou um pouco a decolagem, e o amigo do agressor, eventualmente autorizado a embarcar, acabou sentado na mesma fila que nós (do lado do Marcus, eu estava na janela).

Já estou há duas noites em Budapest, hospedado no Wombats Hostel (da mesma rede do hostel em que me hospedei em Viena). O lugar é muito bom e limpo. Matheus, Marcus e eu estamos no mesmo quarto, um de 6 camas. Além de nós havia lá mais um Polonês, um Suíço e um que não sabemos, mas é amigo do Suíço (chamarei-o de Boladão, e o motivo ficará claro depois).

Hoje de manhã, por volta de 8 horas, o celular do Polonês começou a despertar. E ele nem estava no quarto… Depois de um tempo razoável com o objeto do demônio fazendo barulho, o Matheus levantou e enfiou-o debaixo das cobertas na cama do Polonês. Isso já permitiu que dormíssemos de novo.

Alguns minutos depois, o dito cujo entrou no quarto, com uma moça, e ficou conversando com ela, em um volume pouco educado pra um quarto com 5 pessoas tentando dormir. O Suíço perguntou delicadamente se eles não podiam conversar lá fora, e o Boladão também perguntou algo do tipo (não tão educadamente). Em algum momento o Polonês foi dormir, e a garota dormiu num banquinho no nosso quarto (!!!).

Não muito tempo depois, o celular demoníaco começou a tocar de novo. E ficou tocando, e tocando, sem que o dono acordasse. Depois de alguns pedidos para que o celular fosse desligado (do Suíço e do Boladão), o Boladão, descontente com a situação, pegou uma garrafa de água vazia que estava ao alcance do braço dele e macetou a coitada no chão, causando um escarcéu considerável, e deu um grito do tipo “Desliga essa merda!”. Sem resultados…

Já que isso não deu certo, o Boladão levantou da cama, rastreou o aparelho pelo barulho (estava embaixo da perna do Polonês, tocando e vibrando), levantou a perna do cara pelo tornozelo (e ele não acordou), pegou o telefone, desligou o alarme, e colocou dentro do banheiro. Por essas atitudes, o Matheus falou depois “É… o cara é boladão!” (ele é carioca…), e por isso batizamos o rapaz dessa forma.

Com a paz restaurada, pudemos dormir novamente. Como tudo que é bom dura pouco, não muito tempo depois, quatro rapazes, de mala, sobretudo e tudo mais (creio que Poloneses também), entraram no quarto (não sei como, considerando que só quem está hospedado no quarto consegue abrir… talvez tenham pedido para alguém do hostel).

O primeiro do grupo entrou quase gritando “Cadê o Karl ‘Blabla’???”, olhou pra nossa cara, assustados e meio dormindo “Você sabe quem é o Karl ‘Blabla’?”. Parece que eles tinham que ir pro aeroporto, e o cara não se dignou a levantar. Eventualmente, a garota do banquinho acordou, e apontou pra cama do Polonês. O dorminhoco foi acordado delicadamente com um soco nas costas. Isso sim, conseguiu acordar ele!

O invasor xingou o dorminhoco em uma língua desconhecida um bom tanto, e o Suíço só soltou um comentário do tipo “Isso, ótimo, vão conversar lá fora, levem ele, e o celular dele! Tá lá perto da saída…”

O Polonês, minimamente acordado, se arrumou com uma falta de pressa impressionante para alguém que estava atrasado para um voo. Depois que ele foi embora, pude dormir em paz…

Afora esses episódios, a cidade é extremamente interessante, bem única! Tem alguns lugares muito bonitos, mas nem todos bem conservados… Durante a noite, construções como o Parlamento, o Palácio, as pontes e algumas igrejas são iluminadas. Com isso, andar à noite pela margem do Danúbio olhando a cidade é um excelente passeio!

Bye, Berlin…

Não postei nada ontem porque a internet do hostel parou de funcionar, e não voltou nem por decreto. Vou começar contando brevemente sobre meu dia de ontem:

Para variar, levantei mais tarde do que pretendia. Apesar do atraso, resolvi manter o cronograma inicial, e me dirigi para Weissensee, para visitar o cemitério Judeu. Indo para a estação de trem perto do hostel, encontrei três homens tocando Tocata e Fuga em Ré Menor, de Bach, em acordeões russos!

Chegar no cemitério deu um certo trabalho… Dois trens e mais um tanto de caminhada, mas valeu completamente a pena. Pela cultura Judaica, as tumbas são deixadas à mercê do tempo. Com isso, o lugar chega a se parecer com uma floresta, de um jeito bem peculiar. Infelizmente não tive tempo o suficiente para andar pelo cemitério todo. Voltei para a estação de trem para ir em direção a Sachsenhausen.

Creio que por alguma reforma nas linhas, o trem que eu precisava usar estava fazendo um caminho alternativo e mais demorado. O resultado disso é que tive menos tempo para visitar o campo do que o inicialmente planejado.

Como o que se imaginaria de um campo de concentração, o lugar é bem macabro. No tempo que tive, consegui ver por volta de metade dele. Vou deixar para contar melhor sobre lá depois, com mais fotos.

Peguei o trem para voltar ao centro de Berlim, já com uma séria dúvida se chegaria a tempo para a visita ao domo do Parlamento. Descobri que poderia descer numa estação próxima (na verdade a mais próxima) a onde eu teria que ir, sem trocar de trem. Devido a essa grata descoberta, cheguei bem a tempo.

Como a visita era às 18h, estava bem escuro. Além disso estava chovendo, então a vista de lá de cima ficava bem comprometida. De qualquer forma, o lugar é lindo, o projeto do domo é simplesmente fantástico, e o fato de o governo permitir visitação gratuitamente, e até mesmo disponibilizar audio-guias em vários idiomas, é uma iniciativa muito interessante. Óbvio que antes de permitir que você entre no prédio, eles verificam seu documento de identidade, sua reserva, e você passa por um detector de metais…

Voltando para o hostel, encontrei uma moça tocando violão e cantando, na Alexanderplatz. Ela se chama Alice Hills, e estava cantando (muito bem) covers de Adele e Florence and the Machine…

Já hoje, acordei bem cedo para pegar o trem, e cheguei em Leuven por volta de 13h30. Tive uma reunião, para todos os brasileiros que estão estudando em Leuven, às 15h30. Tinha até um embaixador do Brasil lá, muito chique!

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Rodei. Ao invés de acordar às 7h00 como planejado, acordei precisamente às 9h38. Tomei café da manhã no McDonalds (pra variar), e fui até o Memorial do Holocausto. O lugar é interessante, mas meio turístico, com gente subindo nos blocos de concreto pra tirar foto e coisas do tipo. E tem um monte de lojas de souvenirs do lado…

O Memorial é próximo ao Führerbunker e à Chancelaria do Reich. Eu esperava encontrar alguma coisa lá. Nada! O Bunker foi destruído durante a construção de um bloco de apartamentos, e o que havia sobrado da Chancelaria depois da Batalha de Berlim foi demolido durante a Guerra Fria. Na verdade há uma placa do lado do estacionamento dos apartamentos indicando que o Bunker era ali. Nem fotografei a placa, ela me desapontou um pouco, e estava cercada de turistas.

Passei pela segunda vez na Lego Store, e de lá fui em direção à Coluna da Vitória. Comprei um macarrão chinês com frango, estilo yakissoba, e fui comendo no caminho. Apesar de estar chovendo, resolvi subir pra ver a vista do topo da Coluna, e sinceramente não imaginei que ela tivesse tantos degraus!

A Coluna foi originalmente projetada depois da vitória da Prússia na Guerra Dano-Prussiana, mas durante a construção, a Prússia triunfou nas Guerras Austro-Prussiana e Franco-Prussiana. Com isso, veio a ideia de colocar uma estátua de Victoria em cima da coluna (Victoria era uma deusa romana, acho que vocês podem imaginar de que).

Os três aneis de pedra originais da Coluna são adornados por tubos de canhões dos exércitos inimigos, capturados durante essas guerras. Um quarto anel foi adicionado à coluna (aumentando ela para sua atual altura de quase 67 metros) por ordem de Hitler, após a invasão da França durante a Segunda Guerra. Esse quarto anel é adornado com guirlandas de ouro.Reparem: Embaixo, no último dos três anéis originais, canhões. No anel de cima, acrescentado depois, guirlandas.

Fato curioso: por algum motivo, após a queda de Hitler, os franceses queriam dinamitar o monumento. Felizmente, a Inglaterra e os Estados Unidos não concordaram com a ideia.

Depois da escalada, fui novamente até a loja de cervejas, pois pretendia comprar algumas interessantes para levar pra Leuven. Chegando lá descobri que havia visto o horário de funcionamento errado para sábados, e a loja já estava fechada.

Voltei para o hostel, descansei um pouco, e fui para o shopping. Na Bélgica não temos esse monte de shoppings, e muito menos lojas de eletrônicos de 4 andares…

Para amanhã tenho planos talvez pretensiosos: cemitério Judeu de Weissensee, campo de concentração Sachsenhausen, visitar o Berliner Dom, e subir no domo do Parlamento (precisa agendar pelo site, consegui marcar para amanhã às 18h). Se eu sobreviver a tudo isso, pensei em ir até a East Side Gallery para tirar algumas fotos.

Foto de encerramento: Vista da Coluna da Vitória. Reichstag, Fernsehturm, Berliner Dom, Rotes Rathaus, Brandenburger Tor… Tudo aí! E dá pra ver como o tempo estava ruim…

Alternative Berlin

Acordei menos cedo do que poderia, e tomei um café da manhã digno, no McDonalds: dois croissants recheados de chocolate, para dar energia na caminhada. Minha intenção era participar do Alternative Tour de Berlim, porém como não poderia participar no horário das 11h, resolvi dar uma volta e ir no de 13h. Aproveitei para comprar um passe de 72 horas para o transporte público antes de sair andando pela cidade, Só depois descobri que se tivesse comprado 3 passes de um dia, teria economizado quase 5 euros!

Nessa volta, fui até o Checkpoint Charlie, que era a principal passagem entre Berlim Oriental e Ocidental durante a Guerra Fria. A passagem, obviamente, não era autorizada a residentes da Berlim Oriental. Agora virou um ponto turístico bem popular, e é praticamente impossível tirar fotos sem gente passando na sua frente a não ser que você vá para o meio da rua, e aí o risco é ser atropelado por algum motorista alemão.

Com a ida até lá, atrasei para voltar e perdi o tour das 13h. Levemente desanimado pelo fato, voltei ao hostel para descansar um pouco e decidir o que fazer com o resto do dia. Decidi ir no tour de 15h, mesmo sabendo que metade dele seria no escuro, por causa do horário em que está anoitecendo por aqui.

Peguei cheeseburguers no McDonalds como almoço, e fui comendo no caminho até o ponto de encontro do Tour. Quase me atrasei de novo, mas felizmente cheguei a tempo.

Nossa guia foi uma britânica que mora em Berlim há 4 anos, Penny. Simpática de uma forma bem europeia, e com o clássico e maravilhoso sotaque Inglês.

A primeira parada do tour foi a Haus Schwarzenberg, uma propriedade no bairro judeu no centro de Berlim, que durante a guerra foi até usada como uma oficina para fabricação de pincéis, que empregava e escondia Judeus cegos e surdos. O dono da oficina, Otto Weidt, fazia o possível para evitar que a Gestapo encontrasse e enviasse seus empregados para campos de concentração.

Depois da queda do Muro de Berlim, o prédio ficou desocupado até passar a ser usado por um grupo artístico chamado “the Dead Chickens” em 1995. Atualmente abriga um museu dedicado a Otto Weidt, além de uma exposição sobre a vida de Judeus locais durante a Segunda Guerra, e também algumas lojas e um bar. Para completar, suas paredes são uma ótima exposição de street art.

De lá, passamos pela East Side Gallery (que é o maior pedaço do Muro de Berlim ainda de pé), para chegar até o YAAM, uma comunidade jamaicana que tem até uma praia! Bem, é na margem do rio, é de areia, mas não é beeem uma praia… De qualquer forma, lá eles tem um bar, promovem shows, e com isso arrecadam fundos que são usados para a construção de escolas na jamaica. Mas como nem tudo são flores, a propriedade onde essa comunidade fica foi comprada e provavelmente vai virar um prédio de lofts, em dois meses eles serão despejados. Como até agora não tem qualquer outro lugar ondem possam manter as operações, o futuro não é muito promissor.

Passamos também em frente à Baumhaus an der Mauer, uma “casa na árvore” construída NO Muro de Berlim. Ela foi construída por um imigrante turco, utilizando inclusive móveis jogados fora, como os estrados de cama usados na varanda. Depois de algumas ordens de despejo, às quais o morador respondeu concretando todos os móveis ao chão, descobriu-se que a casa ficava em propriedade de uma igreja próxima. Por esse motivo, a igreja precisava autorizar o despejo. Com uma boa dose de “jeitinho Turco”, o morador consegui que a igreja se compadecesse de sua situação, e por aprovarem seu estilo de vida e sua ética familiar, acabaram por lhe doar a terra. Fato curioso, dado que ele é muçulmano.

O dono da casa, Osman Kalin, já na faixa dos 80 anos, ainda vive lá. Como a construção não é ligada à rede de água, Osman troca semanalmente um suprimento de água por frutas e verduras de seu jardim, com os moradores do prédio do outro lado da rua.

Terminamos o tour no centro de Kreuzberg, o bairro Turco da cidade, apelidade do “Little Istambul”. O lugar tem uma diversidade cultural incrível, e uma quantidade enorme de cafés, restaurantes, bares e lanchonetes interessantes. A última parada do tour foi uma pequena galeria de dois pintores e ilustradores que criam monstros bem coloridos e simpáticos. Trabalho muito legal!

Comi um lanche em Kreuzberg, e voltei para o hostel de metrô. Não consigo descrever o meu arrependimento por não ter usado mais os trens e metrôs ontem, ainda mais com a chuva…

Analisando as coisas que ainda quero ver e fazer na cidade, cheguei à infeliz conclusão que não terei tempo para tudo. Ainda preciso decidir o que vou abandonar…

Foto de finalização, uma pintura linda no Muro: